terça-feira, 30 de junho de 2020

Mineração e os Ciclos da borracha em Rondônia

Mineração em RO


     Os recursos minerais são divididos em metálicos e não-metálicos.
     Os minerais metálicos perfazem 85% dos recursos do estado, enquanto os não-metálicos apenas 15%.
     Ouro, ferro, manganês e estanho (cassiterita) são os destaques dos metálicos.
    Entre os não-metálicos sobressaem jazimentos de diamante, ametista, berilo, água-marinha, argila, areia, cascalho, granito, gnaisse, gabro e cascalho.


       Podemos verificar que o maior número de jazidas são de cassiterita (estanho) e de ouro.
     Há concentrações minerais no leste, na divisa com o Mato Grosso, no oeste a margem direita do Rio Guaporé.
      No Planalto dos Parecis, acompanhando a BR-364, localizam-se depósitos minerais desde o extremo sul do estado até Porto Velho e, depois, ao longo do Rio Madeira.
     A área menos aquinhoada é a margem direita dos Rios Guaporé-Mamoré, ou seja, a metade oeste do estado.

O ciclo do Ouro em Rondônia é considerado o período em que a extração do minério na região do Vale do Guaporé estava ligada ao ciclo do ouro do Brasil do século 18

 Grande quantidade de Ouro foi encontrada em Vila Bela Mato Grosso próximo a nascente do rio Guaporé mais tarde também tiveram êxito os bandeirantes que chegaram a foz do rio Corumbiara.  Depois de encontrar ouro no Rio Corumbiara  os bandeirantes continuaram descendo os rios Guaporé Mamoré até chegar no Rio Madeira.



A Cassiterita, o minério do estanho teve suas maiores jazidas no Vale do Rio Jamari do Rio Candeias nas regiões reconhecido hoje como Buritis e Ariquemes.
 Durante muitos anos Rondônia tornou-se o maior produtor de estranho do mundo 

Sugestão: Veja o documentário sobre a mineração de cassiterita:

Filme de Marcos Santilli sobre a mineração de cassiterita no garimpo Bom Futuro


A primeira mina de cassiterita descoberta em Rondônia, se localizava no rio Machadinho, no seringal denominado Augustura, de propriedade do Sr. Joaquim Pereira Rocha, no ano de 1955, este achado mudaria a História sócio-econômica de Rondônia.

   Em 1956, foi retirado inicialmente 4 toneladas, já em 1968 foi retirado do solo cerca de 10 toneladas, em 1962 retirou-se aproximadamente 678 toneladas do minério, em 1972 foram retiradas 2794 toneladas, e em 1973 no auge da extração do minério chegou-se a tirar até 7300 toneladas, chegando neste período a produção corresponder a 80% do produzido no país; tendo na figura de Flodoaldo Pontes Pinto e Moacir Mota, os maiores empresários envolvidos neste processo.
 


      Para entendermos com mais clareza este fenômeno e suas conseqüências, o território de Rondônia no ano de 1960 tinha apenas 36.936 habitantes, em 1980 essa população já era 10 vezes maior, correspondendo a 503.070 habitantes, a capital do estado, Porto Velho, já contando com pelo menos 20% desse total de habitantes.

      Com a abertura da BR 364 e a chegada dos primeiros caminhões, a exploração da cassiterita cresceu de maneira astronômica. O processo de povoamento do estado também foi alterado devido à exploração do minério, ocasionando com isso transformações fundamentais nas vidas das pessoas que aqui residiam, uma vez que a economia do território, até então, era fundamentalmente vegetal, foi permutada para o extrativismo mineral. 

    Inicialmente a garimpagem da cassiterita se dava de forma clandestina e manual, os garimpos eram densamente povoados, e através desta povoação se desenvolveu as primeiras pistas de pouso, e alguma infra-estrutura nestas localidades.


      A maior parte da força de trabalho era masculina, o garimpeiro carregava consigo dois amigos inseparáveis: o revólver e o radinho de pilhas. 

A extração do minério era um grande sacrifício, geralmente a equipe de trabalho era constituída por duas ou três pessoas responsáveis pela escavação. Estas geralmente atingiam profundidade de até 3 metros, o desmonte da referida cata era feito após 2 ou 3 semanas de serviço. 

    O material utilizado para este fim era: picareta, enxadas, pás, enxadecos, facões e bombas para retirar a água de dentro das catas, que por sua vez era dividida em 3 partes:
1- Remoção do morto / compostos orgânicos (restos vegetais)
2- Argila/ areia, material de cor escura (loleia).
3- Cascalho, complemento de areia, pequenas partes de minério e bastante água.

      A quebra era a denominação utilizada pelo garimpeiro da retirada do cascalho. Geralmente dava-se início as atividades de trabalho ás 4 horas da manhã, até as 18 horas ininterruptamente.
Ciclo da Borracha
O Ciclo da Borracha corresponde ao período da história brasileira em que a extração e comercialização de látex para produção da borracha foram atividades basilares da economia.
De fato, ocorreram na região central da floresta amazônica, entre os anos de 1879 e 1912, revigorando-se por pouco tempo entre 1942 e 1945.
Neste período, conhecido como “Belle Époque Amazônica” que vai de 1890 a 1920, cidades como Manaus, Porto Velho e Belém, tornaram-se as capitais brasileiras mais desenvolvidas, com eletricidade, sistema de água encanada e esgotos, museus e cinemas, construídos sob influência europeia.
Contudo, os dois períodos de “ciclos da borracha” acabaram de maneira repentina, o que se agravou pela falta de políticas públicas para desenvolvimento da região.

Principais Causas e Consequências

A demanda provocada pela Revolução Industrial, fez da borracha natural um produto super valorizado, especialmente após o advento do processo de vulcanização, um tratamento industrial que elimina as impurezas da coagulação, tornando a borracha um bom material para ser utilizado em pneus de automóveis, motocicletas e bicicletas, bem como na fabricação de correias, mangueiras, solas de sapatos, etc.

Ciclo da Borracha
Extração do Látex
Nesse período, cerca de 40% de toda a exportação brasileira era proveniente da Amazônia, paga em libra esterlina (£), a moeda do Reino Unido.
Como consequência deste “boom”, muitas vilas e povoados ribeirinhos surgiram e as cidades que já existiam prosperaram e cresceram, desenvolvendo desde infraestruturas básicas, como escolas e hospitais, até as mais suntuosas, como hotéis de luxo e teatros.
Além do desenvolvimento socioeconômico, centenas de milhares de trabalhadores, sobretudo do nordeste, migraram para a região, resolvendo em partes o problema de povoamento.
Contexto Histórico
Em 1495, Cristóvão Colombo já anunciava a borracha brasileira; contudo, a economia regional da colônia para Amazônia ficou restrita ao extrativismo das “Drogas do Sertão”.
Somente em 1743, quando o naturalista francês Charles Marie la Condamine descreveu o processo de extração e fabricação da goma de látex é que a borracha despertou interesses comerciais.
Portanto, em 1763, químicos franceses descobrem como dissolver borracha com terebintina e éter e, em 1770, Joseph Priestley cria a borracha para apagar grafite.
A partir do início do século XIX, a exploração da borracha já era uma realidade: em 1803, na cidade de Paris, era fundada a primeira fábrica de produtos de borracha; em 1823, o inglês Thomas Hancock cria o elástico e, em 1839, Charles Goodyear desenvolve o processo de vulcanização, tornando o látex um material viável para utilização industrial.

Primeiro Ciclo da Borracha

Em 1877, mais de 70 mil sementes de seringueiras do Pará são contrabandeadas para Inglaterra, num escandaloso caso de biopirataria. Este fato marca o início deste primeiro ciclo.
A produção de carro em larga escala nas fábricas de Henry Ford aumentou a demanda pela borracha da Amazônia. Milhares de pessoas, seringueiros e  seringalistas buscavam no interior da mata o precioso látex( leite da seringueira que ao endurecer forma a borracha)
 Em 1903, o governo brasileiro, em negociação com o governo boliviano, adquire oficialmente o controle do Estado do Acre, mediante o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas, da entrega de territórios do Mato Grosso e da construção de uma ferrovia para escoar os produtos da Amazônia.
Assim, as obras para construção da ferrovia tiveram início em 1907 e foram concluídas em 1912, resolvendo o problema de navegação do rio Mamoré, com mais de vinte cachoeiras.
Contudo, a estrada de ferro Madeira-Mamoré entrou em decadência na década de 1930 e foi desativada em 1972.
Em 1910, tem início a concorrência da Hevea brasiliensis plantada na Ásia, utilizando aquelas sementes contrabandeadas décadas antes e produzindo a custos muito inferiores aos da mata nativa no Brasil.
Isso provoca uma queda brusca no preço do látex, tornando impossível a exploração comercial da borracha amazônica. Com isso, a fabricação de borracha brasileira entra em crise, paralisando a economia nas regiões produtoras.

Segundo Ciclo da Borracha

Por sua vez, o “segundo Ciclo Da Borracha” ocorreu entre os anos de 1942 a 1945, durante o contexto da Segunda Guerra Mundial. Em 1941, o governo brasileiro fez um acordo com o governo norte americano para extração de látex na Amazônia.
Desse modo, quando os japoneses invadiram a Malásia em 1942, tomando o controle dos seringais, os EUA, por meio de seu Departamento de Guerra, repassou mais de 100 milhões de dólares ao Brasil em troca de artigos necessários à defesa nacional, dentre eles, a borracha.
A comoção foi tanta, que foi preciso a criação de um Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia, instituído em 1943 para o alistamento compulsório, especialmente de nordestinos que sofriam com a seca. Este evento ficou conhecido como a “Batalha da Borracha”, a qual mobiliza mais de 100 mil “Soldados da Borracha”.
Por fim, a borracha sintética produzida após a Segunda Guerra, destroem qualquer pretensão comercial da borracha amazônica, a qual irá definhar até 1960. Atualmente, São Paulo é o maior produtor brasileiro de borracha natural.

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